Já se passaram cinco meses desde o início dos trabalhos de 2024. Após a finalização da temporada passada com a peça “A parede no fim”, os novos rumos trouxeram uma história mais densa, uma coreógrafa nova e uma pequena renovação de grupo, agregando ainda mais qualidade ao que já havia antes.
Apesar disso, a permanência de diversas pessoas no grupo remonta uma das intenções da Alma Ópera Rock de não ser apenas um espaço de desenvolvimento artístico, mas humano, social e cognitivo. Ao longo do tempo, o que se deseja é que as pessoas saiam mais íntegras e socialmente ativas, de forma que a arte colabore prontamente com tal processo.
Assim, surgem as questões que permeiam as cabeças de nossos integrantes. A primeira delas: o que a Alma Ópera Rock é para si?
As respostas são variadas, das mais técnicas às mais emotivas. Henrique Finatto, por exemplo, integrante desde 2023, diz que “não é somente um grupo de teatro, mas um grupo de amigos, pessoas que eu gosto de saber que vou ver toda semana. […] o Alma se tornou muitas vezes algo que melhora o meu dia.” Isadora Becker, integrante desde um ano antes, confirma: “Participar do Alma Ópera Rock para mim é como fazer de parte de uma grande família. Uma família que se ajuda e cuida um do outro. Eu construí amizades muito boas aqui!”
Na mesma levada, Mari Wagner, integrante desde “A morte e a vida dos meninos lobos”, coloca que “a convivência com quem entra e fica é algo que se trabalha muito, sempre muito divertido.” Afirmação essa que é corroborada por Madu Remião, que reiniciou o caminho na arte junto com nosso grupo, em 2021: “O Alma não é só um grupo de teatro, é um espaço para nos expressar e compartilhar risadas. Para mim, cada encontro é como se fosse uma terapia, um momento para relaxar e ficar entre amigos.”
Que a arte pode ser terapêutica, todos sabemos. É a partir daí que diversas impressões se unem à produção, em busca de um caminho com mais identificação de trabalho e da própria evolução. Amanda Vasconcellos, por exemplo, integra o grupo desde 2022 e avaliou seu caso, estando em aula e nos ensaios: “é um momento de interação com diferentes pessoas, diferentes histórias… É um momento de me expressar como pessoa e como artista. O Alma apareceu pra mim num momento em que eu estava longe do que eu mais amava, que é a dança. Ele chegou e misturou a dança com algo totalmente fora da minha zona de conforto – o que é algo ótimo, pois fez com que eu visse certas coisas de formas diferentes e aderisse novas coisas à minha vida.” Laura Pacheco corrobora com suas palavras: “Desde o momento em que entrei para o Alma, lá em 2021, sabia que era um lugar onde poderia ser eu mesma sem julgamentos. Participar do Alma é liberdade e conforto […].”
Já para Giovanna Costa, caçula do grupo, mas em seu terceiro ano de trabalho, há mais: “Para mim participar do Alma Ópera Rock seria uma forma de consolidar e ter empatia com cada um da peça, a fim de que possamos conviver de uma forma amigável e respeitosa. Isso me mostrou um jeito de olhar diferente e apreciar a arte de um modo mágico e encantador.” Observando pela ótica teatral, Pedro Corrêa, integrante desde o ano passado, é assertivo: “Participar do Alma é uma oportunidade de auto desenvolvimento do expressar adjunta ao aprimoramento da nossa capacidade de improvisar e de se inserir no meio artístico, transpassando uma ideia, uma personalidade e/ou um ser vívido e inexplorado dentro e fora dos palcos e de nós mesmos, a partir de um olhar artístico.”
Ser novo no grupo e vivenciar os primeiros meses de Alma Ópera Rock também traz pareceres profundos. Cecília Gandin, que ingressou em 2024 para viver a Cigana Samara, em “Joshua em Perigo”, afirma: “É um sonho se tornando realidade. Uma porta que se abre em meio a duvidas e questionamentos que faço constantemente a mim mesma. Participar do Alma Ópera Rock me traz cada vez mais gosto e vontade de atuar, performar, ler, assistir, enfim, fazer e consumir arte. É uma oportunidade incrível que um projeto que tenho muito orgulho de fazer parte.” Da mesma forma, Rafaela Krieger se soma: “É uma abertura de portas e oportunidades para mim. São novas ideias e conhecimentos que agrego ao meu repertório. O grupo superou minhas expectativas e em pouco tempo já me sinto em casa aqui. É por isso que amo teatro.” Renato Neto também não deixa por menos: “Uma das melhores coisas que já me aconteceram: conhecer novas pessoas, interagir com elas, poder atuar novamente depois de muito tempo – é uma coisa incrível, me faz eu ser eu mesmo. Eu me divirto e consigo expressar o que eu sinto da melhor forma possível.”
Vivenciar a Alma Ópera Rock é ir além de decorar um texto e subir ao palco. É um estilo de vida, uma forma de se permitir reobservar o cotidiano e encontrar novos caminhos para si – seja andando nas mesmas direções ou em novos espaços. O que se espera constantemente é que cada indivíduo some com o que somos, a fim de que cada intento carregue junto de si a possibilidade de fazer um trabalho ainda melhor em virtude do que conseguimos nos tornar juntos.